Amor: ridículo, desajustado, incongruente
"[...] Quase tudo no amor é ridículo, desajustado, incongruente: o amor é um lugar fora da cidade e dos seus sacramentos, a milhas da razão, estranho à cultura, arredado da educação, a contas com a justiça - nunca há justiça no amor e, misteriosamente, os envolvidos acreditam que ela acontecerá e suplicam todos os dias pela impossível clemência.
O facto de o amor se encontrar fora da razão é potenciador de charadas notáveis. Em geral, as pessoas continuam a querer perceber o amor, como se fosse plausível tentar questionar o que está fora da lógica e da ciência.
A análise aplicada do fenómeno continua a entreter toda a gente - e a sustentar psiquiatras e "cientistas" da auto-ajuda. E nunca há nada para explicar: aquele que ama está fora da lei, da lógica ou do pensamento. É um imbecil à solta.
Como a ideia de que uma parte da vida se possa situar fora da razão é insuportável, todas as culturas tentaram fórmulas para disciplinar a anormalidade social do amor. O sucesso é relativo. Não há nada a fazer, não há nada a dizer. E, no entanto, todos os dias se escrevem tratados sobre o assunto que o cantor xaroposo resume, ao fim e ao cabo notavelmente, no seu refrão: Eu não sei o que me aconteceu/foi feitiço o que é que me deu/para gostar tanto assim/de alguém..."
(Ana Sá Lopes in DN)
O facto de o amor se encontrar fora da razão é potenciador de charadas notáveis. Em geral, as pessoas continuam a querer perceber o amor, como se fosse plausível tentar questionar o que está fora da lógica e da ciência.
A análise aplicada do fenómeno continua a entreter toda a gente - e a sustentar psiquiatras e "cientistas" da auto-ajuda. E nunca há nada para explicar: aquele que ama está fora da lei, da lógica ou do pensamento. É um imbecil à solta.
Como a ideia de que uma parte da vida se possa situar fora da razão é insuportável, todas as culturas tentaram fórmulas para disciplinar a anormalidade social do amor. O sucesso é relativo. Não há nada a fazer, não há nada a dizer. E, no entanto, todos os dias se escrevem tratados sobre o assunto que o cantor xaroposo resume, ao fim e ao cabo notavelmente, no seu refrão: Eu não sei o que me aconteceu/foi feitiço o que é que me deu/para gostar tanto assim/de alguém..."
(Ana Sá Lopes in DN)
1 Comments:
Hoje é sexta-feira e, por isso, dia de Público. Li agora on-line este texto, por causa de ter vindo ao teu blog. Cabe-me dizer, para além de que não vou comprar o disco do André Sardet (nem na FNAC nem noutro sítio), que o amor não foge à ciência. Isso diz-se, às vezes, porque se tem medo de tirar alguma beleza à coisa (o próprio conceito de beleza tem uma explicação científica), o que, na minha humilde opinião, é errado. A sustentação científica do amor não lhe tira beleza, antes pelo contrário. Há um livro sobre isso, duma mulher que se chama Helen Fischer, “Why We Love”, que se deve ler. Ou então não. :)
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