sábado, novembro 11, 2006

Rendida

Andei uma semana a queixar-me de não ter dinheiro para mandar cantar um cego, após um imprevisto financeiro, que me levou as poupanças, mesmo assim, não resisti e cometi uma loucura. Não, não comprei aquele par de botas fabuloso que ando a namorar na sapataria, mas, o efeito monetário foi quase o mesmo.
Com os bilhetes já esgotados para o concerto do Jamie Cullum, apareceu uma companhia (que já tinha assegurado entrada). Pensei que era o destino a gozar comigo. É que eu queria muito ir e não tinha comprado bilhete, precisamente, para não ir sozinha. Com uns pozinhos mágicos e uma ajudinha dos colegas da Música, lá arranjei forma de ir.
Oki, não tinha de pagar bilhete, o que já era um grande incentivo. Mas tinha que pagar viagem e mais tudo o resto. Devo dizer que, vou andar o mês inteiro a pão e água, mas, querem saber, valeu a pena.
Em duas palavras, o concerto foi Bru-Tal! Gosto da música do Jamie Cullum desde a primeira vez que ouvi o «Twentysomething». Ouvi aquele cd tantas, tantas vezes. Depois saiu o «Catching Tales», que também não larguei. O talento musical já conhecia, faltava conhecer o resto. Foram duas horas e meia de uma actuação insquecível.
Fiquei rendida ao miúdo de 27 anos, cabelo despenteado, que veste jeans, tenis e t-shirt (além dos boxers Calvin Klein) e sobe a palco, perante milhares de estranhos, com o mesmo à-vontade como se fosse estivesse apenas com o grupo de amigos. E afinal, apesar das expectativas iniciais, até o camarote por cima do palco, acabou por ser um excelente lugar.
No final, só tive pena de uma coisa: não poder trazê-lo para casa.