A estratégia de Sócrates

O nosso Primeiro-Ministro ou percebe muito de marketing e comunicação, ou está muito bem assessorado. Revelou-se um mestre do teleponto durante a campanha eleitoral e, pelos vistos conseguiu fazer crer aos portugueses que era possível governar este país, que está num buraco financeiro, sem aumentar os impostos nem apertar o cinto.
Agoram andam todos muito surprendidos com as medidas do Governo, a chamar-lhe mentiroso, mas... acreditaram mesmo que era possível? E no Pai Natal, também acreditam?
Corta benefícios daqui, corta dali, aumenta impostos, impõe taxas e portagens... Assim se tem feito esta legislatura, mas o interessante desta história é o sujeito da frase.
Não é o Primeiro-Ministro quem aumenta impostos, quem impõe taxas de internamento, quem anuncia portagens nas SCUT. Os mensageiros das más notícias são os ministros. O Primeiro-Ministro fica encarregue de anunciar computadores em todas as escolas, protocolos com o MIT, o cartão do cidadão, ou seja, tudo o que seja evolução e progresso, para salvaguardar ao máximo a imagem.
Maria de Lurdes Rodrigues, Teixeira dos Santos, Mário Lino, Manuel Pinho, Correia de Campos... esses é que são os maus da fita, ou pelo menos, isso é o que Sócrates quer que os portugueses pensem.
De Sócrates dizia-se ainda que controlava a informação e os ministros, para que a informação só saísse na altura certa.
Aqui, penso que está a falhar redondamente. O Ministério da Economia parece ser o rei das «patas na poça». Ministro e Secretários de Estado desdobram-se em mentidos e desmentidos... ou será esta uma estratégia do líder do Executivo para remodelar a tutela da Economia, tal como fez no MNE?
Para já, só se sabe que Pinho balança, mas, para mim, não tarda a cair.