quinta-feira, outubro 12, 2006

A super mulher

Foi só um estudo, mas parece ter tido mais impacto na sociedade portuguesa do que os testes nucleares que o Kim Jong II andou a fazer lá pela Coreia do Norte. Os machistas deste meu Portugal ficaram horrorizados porque o sonho das mulheres de hoje não é passarem o dia encostadas ao fogão e agarradas ao aspirador. E, pior de tudo, elas até querem mostrar que são boas nas carreiras que escolhem e almejam alcançar cargos de topo.
Ficaram surpresos porque afinal, elas também têm desejo sexual e, se calhar, já não se contentam em passar a vida a fingir orgasmos.
Desboriu-se afinal que «o que as mulheres querem» é aquilo que os homens quiseram durante séculos. Se calhar, as ambições que temos na vida não são assim tão determinadas pelo nosso sexo, se tivermos oportunidades iguais.
O problema é que o cidadão comum, o vox populli que anda de autocarro, vai ao supermercado e até comenta notícias na internet, sofre de moralismo exacerbado que, misturado com a hipocrisia de todos eles, se torna irritante (no mínimo). Para essas pessoas, a mulher do século XXI, essa que quer sexo sem tabus, é uma prostituta.
Dizia um desses indivíduos, que sexo sem amor é apenas vontade. E, pergunto eu, qual é o mal da vontade? Será pior satisfazer essa vontade do que alimentar casamentos de anos sob o signo da mentira e procurar nas amantes aquilo que não se pede à legítima esposa (não fosse ela gostar e tornar-se numa dessas prostitutas, isto é, mulheres que gostam de sexo)?
Desculpem-me mas só me apetece mandar-vos ver se chove.
Se trabalho várias horas por dia, obviamente, quero ter uma carreira sólida e reconhecida. Se faço sexo com alguém, obviamente quero retirar algum prazer. E se não tiver namorado/marido, fico sem desejo sexual? Isso é um mito maior do que o do Adamastor.
Com muito orgulho digo que sou uma super mulher, uma mulher do século XXI.

2 Comments:

Blogger Diana said...

APOIADO....
WOMAN'S POWER...

12 outubro, 2006 23:28  
Blogger luís redondo said...

Não sou a pessoa mais indicada para o dizer, mas parece-me que não é assim tão difícil fazer uma mulher feliz. Basta estar atento, respeitar (não submeter) e gostar muito. O resto vem por acréscimo.
Acho que a questão dos caprichos existe, sim, mas isso é mais uma questão de personalidade do que uma condição, até porque os homens também os têm.

23 outubro, 2006 01:28  

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